Na nossa sala, acreditamos que "as obras coletivas produzem e sustentam a solidariedade do grupo, ajudam a criar uma comunidade de aprendizagem e criam formas participadas e negociadas de pensar em equipa" (Niza, 2012, p.406). Por esse motivo, todas as obras culturais que vamos realizando vão sendo expostas nas paredes da nossa sala e vamos dialogando sobre elas.
"Têm riscos" (M.)
"Muitos riscos." (R.)
"E pintas!" (Ar.)
Ao apercebermo-nos destas semelhanças, partilhei com o grupo duas obras artísticas de Jackson Pollock. Percebemos que, também elas, são compostas por riscos e pintas. Surgiu-nos, então, uma questão:
"Como é que o Jackson Pollock pintava?"
Decidimos, então, iniciar um projeto para encontrarmos a resposta a esta questão.
Fomos, por isso, à biblioteca da nossa escola à procura de livros, que nos ajudassem a encontrar respostas para a nossa pergunta.
Vimos, também, um filme do Pollock a pintar, para conseguirmos compreender a sua técnica artística, que, no decurso desta pesquisa, descobrimos chamar-se ...
"[O nome] É muito difícil..." (Todos)
"Action Painting" (Af.)
Chegou, então, o momento de, também nós, explorarmos esta técnica artística e de sermos verdadeiros artistas.
Por entre bibes sujos, roupas pintadas e sapatos salpicados lá fomos criando as nossas obras de arte.
Entre pinturas e pesquisas as nossas aprendizagens foram, então, sendo construídas. No entanto, detendo o educador o papel de desafiar as crianças, propus ao grupo que imaginasse como é que as pinturas do Jackson Pollock seriam se fossem uma dança:
"Assim [gira a sua mão] ... a salpicar" (Ma.)
"Com o pincel" (Vi.)
"Assim [salta a sua mão]" (P.)
Levantadas as ideias prévias, distribuimos lenços por cada um de nós e demos, então, início à nossa dança.
Com as respostas encontradas, as experiências vividas e as aprendizagens construídas era, agora, tempo de comunicar às outras salas este projeto. Decidimos, então, que comunicaríamos o mesmo a duas salas de creche - a
Sala da Marta Reis e a
Sala da Carmo - e a duas salas de pré-escolar - a
Sala da Mónica e a
Sala da Xana. Decidimos, também, que, nestas comunicações, convidaríamos as duas salas de creche a pintarem connosco, enquanto às salas de pré-escolar faríamos o convite para dançarem com tecidos, como também nós dançaramos.
O entusiasmo que fomos revelando ao longo deste projeto tornou-se de tal forma visível nas nossas comunicações, que contagiamos todos os grupos a, também eles, explorarem esta técnica e a descobrirem um pouco mais sobre Pollock.
Resta-nos, agora, dar por terminado um projeto que, nesta sala ainda se encontra em construção, e exporemos todo este percurso, para que toda a comunidade se delicie com ele. Não percam!
Numa escola em que as partilhas entre salas são constantes, o currículo torna-se emergente a cada dia e reveste-se de capital importância para a vida do grupo. Numa escola em que os interesses e as curiosidades das crianças são a base do currículo, as aprendizagens constroem-se de forma contextualizada, pertinente e desafiadora. Numa escola em que se vive um clime de livre expressão e de participação ativa, todos aprendemos e todos ensinamos diariamente.