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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

"Eu quero pintar os pés!"

Na nossa sala várias explorações e descobertas com pés andam a acontecer.
No decurso de uma dessas explorações, o Ar. partilhou com todos nós uma vontade sua:

"Eu quero pintar os pés!"

Rapidamente, esta vontade de Ar. nos contagiou e, por isso, decidimos que, na manhã que temos dedicada na nossa agenda à Educação Artística, iríamos pintar (com) os nossos pés. Esta proposta, que surgiu a uma segunda feira, foi motivo de conversas constantes ao longo de toda a semana e, por isso, decidimos antecipar esta atividade.

Chegado o grande dia, descalçamo-nos, puxamos as calças para cima e pusemos pés à obra.


Das escorregadelas surgiram gargalhadas. Dos pés pintados surgiram sorrisos rasgados. Das mãos pintadas surgiram palmas partilhadas. Das caras pintadas surgiram olhares trocados.


Da proposta do Ar. surgiu um momento de exploração e alegria conjunta. Do "meu" criamos o "nosso" e, pé ante pé, cá nos vamos construindo como e em comunidade. 

"Gostei mais de cair." (M. S.)
"Gostei de não cair." (Ar.)
"Gostei de pintar as pernas. Escorreguei e pus as mãos no móvel e na parede." (Ma.)
 pintei as mãos e, depois, pintei o pescoço." (G.)
"Gostei de pintar as mãos." (Af.)
"Gostei de pintar as pernas." (L.)
"Gostei de não cair." (P.)
"Pintar as mãos e pôr na cara." (M.)
"De atirar a tinta." (V.)
"Gostei de pintar as pernas e o pescoço." (G.)
"Gostei de cair e pintar a cara." (R.)


Pé ante pé cá nos vamos descobrindo com a certeza de que este é o caminho que queremos percorrer.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

E quando a música nos aconchega o coração?

As manhãs de quarta feira são sempre de grande animação. A Margarida vem à nossa sala, é dia de música! Mas há quartas feiras que são mais especiais do que outras e a manhã de hoje foi mesmo muito especial.


Nos últimos tempos, temos revelado grande interesse em explorar as sonoridades de diferentes objetos (taças e colheres da sopa, copos de água, talheres, canetas ...). Com efeito, a Carolina e a Margarida pensaram em brindar-nos com a exploração de objetos do nosso quotidiano com fim a descobrirmos as suas potencialidades sonoras. Mal sabíamos a alegria que nos esperava ...

Depois de comunicarmos o nosso primeiro projeto, recebemos a visita da Margarida na nossa sala. Trazia um saco diferente consigo. O que traria lá?

Para começarmos a nossa sessão nada melhor do que cantarmos uma canção que tão bem conhecemos, mas, desta vez, não vamos acompanhar o canto com as maracas. Vamos cantar ao som de caixas de fósforos! Primeiramente, um grande espanto e alguma estranheza. Seguidamente, uma imensa satisfação e uma grande exploração.




As caixas de fósforos rapidamente deram lugar a rolos de papel que, para nosso espanto e imensa alegria, se transformaram em fantásticas cornetas! Houve, contudo, quem descobrisse que as mesmas serviam, também, de armónicas. É, de facto, quando exploramos que o processo criativo se constrói.






Às cornetas e armónicas disfarçadas de rolos seguiram-se as garrafas e as colheres, que tanto funcionaram como microfone, como foram usadas para servir de reco-reco. Houve, ainda, espaço para o martelo e a tábua do marisco nos presentearem com o seu som forte e animado. E o despertador deixou de ser o chato que nos acorda diariamente para passar a ser o dono da música desta orquestra.




No entanto, se houve objeto que fez sucesso foi o borrifador que nos salpicou a todos com água. Não fez, porém, um maior sucesso do que as folhas de jornal, que bem amachucadas um som muito interessante nos convidavam a ouvir. E claro que as folhas de jornal são sempre uma ótima deixa para jogarmos ao "cucu", que tanto adoramos.



E no meio de toda a desordem chegou a vassoura, para nos ajudar a limpar tudo. E não é que limpou mesmo? É que o seu som, afinal, não nos agrada assim tanto, mas varrer a sala é algo que adoramos (mesmo que varramos as folhas para baixo do tapete)!


De uma sessão de música diferente criamos uma orquestra. De objetos quotidianos formamos objetos musicais. De um momento quotidiano desenvolvemos a paixão pela música, o interesse pela exploração, a imaginação e a criatividade. Numa sala desarrumada aconchegamos corações, esboçamos sorrisos rasgados e ecoamos grandes gargalhadas. Fomos cantores, tocadores e integramos uma orquestra. Fomos exploradores, descobridores e construtores. Fomos felizes e fizemos felizes.

"Dificilmente conseguiremos contagiar os outros se não estivermos imbuídos de paixão pelo que fazemos."
(Machado, 2011, p.28)

Referência bibliográfica:
Machado, J. (2011). Pais que educam. Professores que amam. Lisboa: Marcador.