domingo, 9 de dezembro de 2018

Um processo vivido é um processo aprendido

A Lebre Rosita e a Tartaruga D. Lentidão entraram na nossa sala pelas mãos do J., que nos encantou com o conto da história "A Lebre e a Tartaruga".


Dia após dia, a Rosita e a D. Lentidão foram integrando o nosso quotidiano: umas vezes apenas em jeito de observação das páginas do livro do J., outras vezes com a oportunidade de escutarmos esta história, tanto pela voz do J., como pela minha própria voz. Dia após dia, a Lebre e a Tartaruga foram integrando o nosso grupo e o entusiasmo foi-se tornando cada vez maior.

O livro do J. encontrava-se em cima da mesa. A L., que por lá estava a passar, vê-o e diz-me "Carolina, é a Rosita!". De início não percebo o que me quer dizer e, por isso, peço-lhe que me diga quem é a Rosita. L. responde-me: "é da história do J.!"
Registo de observação

Ao tomarmos consciência deste interesse do grupo, que nesta fase até já contava algumas ações da história autonomamente, eu e a Drica lançamos ao grupo a proposta de fazermos o reconto da mesma. Claro que a resposta foi mais do que afirmativa!

Nas sessões de Música com a Margarida, andavamos a explorar as sonoridades de diferentes materiais do nosso quotidiano. Por isso, decidimos lançar-lhe a proposta de nos ajudar a musicalizar este reconto. Claro que a resposta também foi afirmativa!

Demos, então, início à preparação de todo este reconto.

Nas sessões com a Margarida, exploramos diferentes objetos, descobrimos vários sons até que encontramos a composição musical perfeita.



Para apoiar o reconto de uma história, os suportes visuais revestem-se de capital importância. Não só para quem conta a história, mas, também, para quem assiste à mesma. Por esse motivo, acordamos que iríamos construir marionetas para contar a história: uma lebre e uma tartaruga.

Sabíamos que a Joana, mãe da V., faz muito bem marionetas e, por isso, pedimos-lhe ajuda para a concretização desta tão árdua tarefa. Assim, recebemos a Joana na nossa sala e foi um momento de verdadeira exploração e descoberta.

A Joana começou por propor que construíssemos a Tartaruga D. Lentidão com caixas de ovos e que a pintassemos de verde. Concordamos e pusemos mãos à obra.

Com a ajuda da Joana cortamos a caixa de ovos.



Chegada a hora de pintar a D. Lentidão, cada um de nós encontrou diferentes estratégias e materiais para o fazer.






Chegou, agora, a vez de construirmos a Lebre Rosita e, para o fazermos, a Joana propos que usassemos tecido para a montarmos e que a revestissemos com papel crepe.








Com a partilha da Joana descobrimos novas utilizações de materiais que nos são tão conhecidos, reinventamos materiais e as suas utilizações, encantamo-nos com o produto final, mas, sobretudo, vivemos intensamente todo o processo.
Obrigado Joana por este momento tão rico!

Para enriquecermos o nosso reconto e para cativar ainda mais a audência que nos viria ouvir, decidimos construir um cenário. Acordamos, então, que neste cenário pintaríamos uma floresta, porque é neste local que decorre toda a ação da história.

"E se fossemos ao parque apanhar paus para o cenário?", propus.
"Sim!", respondeu o grupo.
"E folhas também", propuseram o P., o Af. e o M.








Já de regresso à escola, chegou a hora de pintarmos o nosso cenário, para depois podermos, então, colar os paus e as folhas que apanhamos.








Já com todos os preparativos ultimados, era agora tempo de decidirmos quem queríamos convidar para assistir ao conto da nossa história e de fazermos os convites.



Chegado o momento tão ansiado, preparamos a nossa sala para receber a Sala da Mónica e a Sala da Marta R. . Uns mais tímidos, outros mais confiantes, todos cumprimos com a nossa tarefa e contamos a nossa história. No fim, é claro que recebemos uma grande salva de palmas.


A experiência de contar esta história foi, para nós, tão significativa, que decidimos partilhá-la, também, com a Sala da Carmo e com a Sala da Fátima.



Agora, o cenário que construímos, a Lebre Rosita e a Tartaruga D. Lentidão integram verdadeiramente o nosso quotidiano. Estão na nossa sala à disposição de quem os quiser explorar.

Um processo que é vivido é um processo que é aprendido. E é com estes processos que as aprendizagens se constroem, porque o conhecimento é para ser vivido, explorado e partilhado. Aqui na sala vivemos verdadeiramente num clima de livre exploração e de livre comunicação e é nele que alicerçamos todas as nossas produções culturais.

Aqui na sala vivemos em aprendizagem!

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