quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Hospital dos bonecos

O Carlo, pai da Mi., é médico e, na nossa sala, inúmeras são as situações em que nos disfarçamos de médicos e consultamos os nossos bebés e, até, os nossos parceiros de aventuras.

Em conversa com a família da Mi. percebemos que poderia ser verdadeiramente interessante trazermos o hospital até à nossa sala e recriarmos os diferentes passos de uma passagem pelas urgências. Por isso, na passada quarta feira, trouxemos das nossas casas o nosso boneco favorito para a nossa sala e entramos com ele numa divertida visita pelo Hospital dos Bonecos.

Começamos por aguardar a nossa vez na sala de espera do hospital e, aqui, aproveitamos para pôr a conversa em dia e, claro, para brincar um pouco com os nossos bebés.


Assim que fomos chamados pela enfermeira Drica, que estava na triagem, dissemos o nome do nosso bebé e o motivo pelo qual estávamos ali presentes.

"É o Jorge. Partiu o braço a jogar futebol." (Man.)
"É a Milu. Dói-lhe a barriga, porque comeu muito chocolate." (Ar.)
"A Catarina. [Tem] febre." (Raq.)


Seguimos, logo depois, para a consulta com o Dr. Carlo, que, apoiado pelas enfermeiras Em. e Mi., consultaram cada um dos nossos bebés e até lhes fizeram os curativos necessários (e os nada necessários, mas muito apetecíveis).


Para aqueles bebés que tinham fraturas maiores, o Dr. Carlo aconselhou-nos a fazer um raio x e, por isso, com a ajuda da enfermeira Em. deitamos os nossos filho dentro de uma caixa que dava luz e vimos o que é que poderia estar fraturado.


Para terminar, levamos os nossos bebés à sala da medicação, na qual lhes demos todos os medicamentos necessários (ou não!).


Exploradas todas as salas deste hospital dos bonecos, cada um de nós elegeu a sua preferida, permanecendo nela durante um período de tempo mais alargado; formulando um conjunto de questões sobre o que é que nela encontrava; aprofundando as suas habilidades na concretização das tarefas inerentes a cada uma destas salas.


"Ao exercitarem sua autonomia, expressarem seus pontos de vista e negociarem a estruturação dos seus mundos de vida, as crianças viabilizam sua capacidade e interesse em participar" (Agostinho, 2014, p.1137). 

Ao participarem ao seu ritmo e ao escolherem a sala em que pretendiam permanecer durante um período de tempo mais alargado, as crianças exerceram o seu direito de participação. Exploraram, descobriram, brincaram, escolheram, participaram. Foram verdadeiros sujeitos de direitos! De facto, "para as crianças, os direitos são específicos, são experiências e experimentações" (Agostinho, 2014, p.1135). 
Obrigada Carlo e Em. por este hospital tão bom!

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